Inclusão de pessoas com deficiência

Inclusão de pessoas com deficiência

Inclução de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é uma realidade no Brasil

Lilian Cury

Existe relação entre a inclusão e a Estratégia Empresarial?

Falar em Inclusão de pessoas com Deficiência é uma “Utopia” frente ao cenário mundial e brasileiro deste século XXI, o século da Globalização, das Mudanças contínuas?

Por que existir uma Legislação para este tema? Existe algum “ganho” para a Empresa incluidora? Será que estas perguntas são novas para nós? Será que ninguém nunca fez estas perguntas para os outros ou pelo menos, pra si mesmo?

Estamos tocando num assunto que traz consigo séculos e séculos de História. Falarmos em Diversidade é falarmos em diferenças de idéias, pensamentos, crenças, interesses político, profissionais e humanos; é lidarmos com aspectos internos, pessoais, resultados de educação e cultura, não de Educação Acadêmica, mais que isto de Educação Social que passa de geração para geração.

Existem quase trinta milhões de Pessoas com algum tipo de Deficiência no Brasil (ref. CENSO 2000*). Estamos falando de quase vinte por cento da população deste país e mesmo assim a grande maioria das pessoas ainda não sabe lidar com as diferenças ou se sentem desconfortáveis ao encontrar uma pessoa com deficiência.Por que isso aocntece? E aí cabe uma outra pergunta?

Alguém escreveu o Manual de como lidar com as diferenças, com as deficiências e ainda sair com sucesso?

Posso afirmar com competência, com certeza que não existe este maravilhoso manual, esta “chave mágica”, para não termos dificuldades em lidar com o que “foge aos padrões aprendidos, afirmados, respeitados, valorizados como os NORMAIS”.

Uma forma de aprendermos é justamente a convivência, quando lidamos no nosso dia a dia com alguma pessoa com algum tipo de deficiência, cientificamente definida próxima a nós, esta experiência facilitará o entendimento na maneira de comportarmo-nos, de lidarmos com elas e uma conseqüente aproximação.

“Só aprendemos a nadar, quando a água bate na nossa barriga”. Este ditado popular é válido.

Aos quase quarenta anos de idade, constatei-me com uma situação absolutamente nova: por problemas nos nervos ópticos perdi a visão.

Esta situação mostrou-me que de repente, somos “convidados” a lidarmos com um “presente” que não nos foi anunciado, anteriormente, mas somos obrigados a aceitá-lo sem sorrir ou chorar.

Como disse nosso poeta da canção brasileira: “o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar, sem pedir licença, muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar?” (“Aquarela” de Toquinho).

Só que vivemos o aqui e agora. Preparando-nos para o futuro, com o alicerce do passado.

E não podemos (ou devemos) rever este passado?

Vi-me diante de uma situação que não me é comum não sabia lidar, e a pergunta que não queria calar. Como vou atingir metas objetivos estratégicos, atingir o sucesso?

A vida me fez perceber que tudo era uma questão de adaptação, não o fim, mas, um recomeço, um novo olhar que deveria me propor a ter diante deste cenário.
A diversidade nas empresas também é algo novo, então transpondo estes questionamentos ao ambiente organizacional:

É POSSÍVEL TER SUCESSO COM A DIVERSIDADE E NÃO APESAR DELA? De quem depende o sucesso da Inclusão de Pessoas com Deficiência na Empresa?

A resposta é DE TODOS OS QUE FAZEM A EMPRESA ACONTECER.

A Alta Direção com seu papel fundamental e que faz todo o business ter sentido ter viabilidade técnica, humana, comercial, de existir.

Os Diretores, que são os porta-vozes desta Estratégia no corpo da pirâmide da Empresa até chegar à base dela, aos Operacionais que são tão importantes quanto os Gestores embora, as decisões macro-estratégicas não estejam em suas mãos. Cada um, cumprindo seu compromisso com o sucesso da Empresa, refletindo no sucesso pessoal e profissional de todos.

E as Pessoas com Deficiência? Será que a elas cabem todos os ônus do processo? Elas são “o motivo” de toda esta mudança.

Todos são um “Time” dentro da empresa e cada um tem que cumprir sua missão, para que o todo chamado VITÓRIA seja conquistado. De que vale um Time, sem os atletas (bem selecionados, bem treinados, cumprindo todos os requisitos necessários e compatíveis com as estratégias dos donos do time para excelente relação com patrocinadores, mídia, torcida, etc)?

E estes, sem um técnico (com competências, talentos, habilidades técnicas e psicológicas, sabendo liderar, em cenários de crises e mudanças contínuas) chegam ao sucesso com a mesma velocidade, ganhos que um time “Afinado”, treinado, orientado por um técnico “especial”?

E os parceiros de base do time, como nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas Ocupacionais, médicos, arrumadores do uniforme? Pois é, desde o “topo até o piso” da pirâmide (em termos de escala hierárquica) cada um é importante, para que o sucesso empresarial aconteça.
E neste sucesso, com certeza, está “incluída” a”Inclusão”! 

 
Last modified on Quinta, 27 Novembro 2014 20:34