Vaga Exclusiva para Pessoas com Deficiência: Esta vaga não é sua nem por 1 minuto.

Vaga Exclusiva para Pessoas com Deficiência: Esta vaga não é sua nem por 1 minuto.

Aconteceu num supermercado de bairro da Vila Mariana em São Paulo. Enquanto minha esposa estava fazendo compras aguardei do lado de fora, pois estava com o cachorro. No chão em azul o desenho indicava que a vaga era exclusiva para pessoas com deficiência.
De repente uma senhora chega com o carro e como o estacionamento encontrava-se cheio aguardou dentro do carro por uma vaga. Assistindo aquela cena o fiscal de loja acena expansivamente pedindo que a senhora estacione na vaga. Percebi que a mesma titubeou, mas, depois de alguma insistência entrou com o carro na vaga, saiu do carro esbanjando saúde e agradeceu a gentileza daquele “competente” funcionário do supermercado.
Por uns instantes me contive, mas, só por uns instantes. Aproximei-me e perguntei calmamente: “Você tem algum cadeirante na família ou já passou por alguma situação em que teve de usar cadeira de rodas?”. A partir daí desenvolveu-se o seguinte diálogo:
Funcionário - Com um semblante num primeiro momento incomodado pela pergunta, mas, rapidamente transformado em irônico respondeu-me “Por que? Por causa da vaga? Ah não tem problema eu estou aqui”
Eu - Amigo tem problema sim. Uma pessoa cadeirante terá dificuldade para sair do carro com o espaço deixado entre os carros. A vaga é exclusiva.
Funcionário - Ah não, mas, o dono deixa
Eu - Amigo não é o dono que deixa. Isso é Lei.
Funcionário - Ah, mas, isso aqui nem é vaga exclusiva. Nós é que pintamos assim. Na realidade essa vaga é para carga e descarga.
Minha esposa chegou, liguei para a CET e fui informado que por tratar-se de vaga de um estabelecimento que nada podiam fazer. Ok entendo, mas, então quem pode fazer alguma coisa? Como fica a pessoa com deficiência. Será que para ter respeito pelo outro precisamos acionar órgão oficiais? Basta uma pitada de empatia e respeito pelo próximo para saber que esta não é uma atitude correta.
Chega da desculpa do “é só um minutinho”. Como o brasileiro pode querer um País de primeiro mundo se as suas atitudes são de países subdesenvolvidos.
Como dizia Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Pense nisso.
 


LUCIANO AMATO
Pós Graduado em Tecnologia Assistiva para Inclusão da Pessoa com Deficiência pela Fundação Santo André/ITS Brasil/Fundação Don Carlo Gnocchi (Itália/Milão). Pós-graduado em Psicologia Organizacional pela UMESP e Graduado em Psicologia pela UNIMARCO.
Atua desde 1990 na área de Recursos Humanos, desempenhando papéis fundamentais em empresas como Di Cicco, Laboratório Delboni Auriemo, Wal Mart, Compugraf, Mestra e trabalhos pontuais em empresas como ABN AMRO Bank, Arcelor Mittal e Saint Gobain.
Atualmente é Diretor da TRAINING PEOPLE onde coordena equipe de consultores com foco de conhecimento nas áreas de: Educação financeira, Inclusão de pessoas com deficiência, Vendas, Gerenciais, Comportamentais, de Segurança do Trabalho e projetos de consultoria como Diagnóstico da área de atendimento ao cliente e implantação de programas de inclusão e acessibilidade.
Vice Presidente de Educação Corporativa da AAPSA – Associação Paulista de Recursos Humanos e Gestores de Pessoas, Coordenador do grupo Gestão por Competências com base no Facebook e Linkedin com 1.000 e 15.000 profissionais de RH respectivamente.