Formando Líderes de Valores

Formando Líderes de Valores


Convido você leitor a refletir sobre aquelas pergunta que são muito comuns e geram bastante controvérsia:

1. Liderança é aprendida ou inata?

2. Pode uma pessoa tornar-se um líder mesmo que no decorrer de sua vida não tenha apresentado características de liderança?

No meu entender, e creio que compactue com a grande maioria das pessoas que lêem este artigo, é que poucos nascem líderes, mas todos têm potencial para serem líderes. Em sua maioria, são a liderança é desenvolvida por meio de oportunidades que lhe apresentam durante a vida e que sabem aproveitar.

As evidências sugerem que aprendemos a liderança por meio das habilidades que adquirimos, do desejo de saber mais, de nos colocarmos fora da nossa zona de conforto, de aprendermos sobre nós.

Segundo John Maxwell, renomado autor americano e especialista no tema: “A capacidade de liderar é, na verdade, um conjunto de habilidades e quase todas podem ser aprendidas e aperfeiçoadas. Entretanto, esse processo não acontece da noite para o dia”.
A Aprendizagem ocorre principalmente através de nossas experiências, sucessos e fracassos. Todos os dias, milhões de pessoas exercem liderança. Em casa, socialmente, no clube de esportes etc.

Cada um de nós é um líder porque podemos influenciar pessoas e assumir responsabilidades pelo aprimoramento das coisas.E são inúmeras as competências exigidas de um líder:

- Ser líder é se conhecer, ter o foco nos resultados, pautar as ações na atuação da sua equipe e conhecê-la, saber o que motiva e como tirar o melhor de cada um, liderar por meio de metas reais e possíveis de serem atingidas, se comunicar, dar e receber feedbacks, delegar e não “delargar”, ou seja, dar responsabilidade e apoiar quando necessário: ser coerente nas decisões.
Enfim, há uma infinidade de competências exigidas de um líder hoje no mundo corporativo, o que muitas vezes causa até a Síndrome do Super Homem, devido ao grau de exigência que é atribuído ao líder.

Eu diria que todas elas são necessárias e se o líder não as possuir deve buscar meios para se aprimorar e desenvolvê-las. Certamente que sempre se destacará mais em uma do que outra, mas posso garantir que por mais trabalhoso que seja, alcançar este nível de aprimoramento é possível.

Muitos textos de liderança enfocam os grandes líderes como Martin Luther King, Gandhi, Jesus Cristo, Nelson Mandela, Stalin, Hitler, Mussolini, Mao Tsé Tung entre outros, mas o que há de diferente e semelhante nestes líderes?

Todos comandaram e mobilizaram multidões a seguir seus passos e suas idéias. Foram considerados líderes bons por sua população até certo ponto.A grande diferença está na forma, nos valores morais e na ética com que conduziram seus intentos. O mundo está cheio de líderes fortes; entretanto, a liderança é um termo neutro. Pode ser boa ou má e as realmente boas é que perduram na história como exemplo a ser seguido.

A liderança sem valores éticos fortes pode se sustentar por certo período, mas o tempo se incumbirá de desmascará-las.

Recentemente ministrei um treinamento de liderança para 40 participantes num cliente e num determinado momento fiz um exercício de empatia. Pedi para que, individualmente, pensassem numa pessoa que havia marcado suas vidas por ser um líder e que escrevessem quais as características que possuía a ponto de lhe dar este privilégio, bem como, outras competências que um líder deveria ter.

Bem, diante de tantas respostas pudemos perceber que a predominância era de características essenciais como: honestidade, senso de justiça, ética e imparcialidade. Todas relacionadas a valores e princípios.

Estas competências se sedimentam antes mesmo de imaginarmos o significado da liderança ou que profissão teremos, são os valores éticos e morais que nortearão a nossa atitude perante a equipe, a empresa e a sociedade.

A sociedade e o mundo corporativo não absorvem mais líderes sem estes valores e por mais que tentem se manter é temporal, fato evidenciado pelos casos da Enron e Worldcom.

A liderança se faz pelo exemplo. Como cobrar ações éticas da equipe se o próprio líder não age desta maneira? Tanto se fala em resultados, mas qual o limite que se deve ter para alcançar este resultado? Vale tudo?

Certamente que não, o verdadeiro líder, aquele eleito pela equipe, deve ter suas ações pautadas na ética, de forma a merecer este título.

Se aprofundarmos mais um pouco esta reflexão, podemos chegar à conclusão que se os valores são formados na mais tenra idade e estes são essenciais para os líderes, somos responsáveis, em parte, pela formação dos novos líderes organizacionais, políticos e sociais.

Os valores se formam por meio de pequenas atitudes e exemplos do dia a dia. Como por exemplo consumir com consciência, descartar papel no lixo, relacionar-se sem qualquer espécie de discriminação ou preconceito, não fazer comentários enaltecendo a lei do jeitinho perto das crianças, entre outras atitudes que se enumeradas seriam infindáveis.

Devemos orientar os filhos que a ética deve vir em primeiro plano, pois mesmo que aparentemente eles possam perder algo, a princípio, com certeza estarão fazendo o certo para a sociedade e, no tempo certo, para si próprios também.

Desta forma, cabe aos profissionais de hoje formarem os líderes de amanhã, se quisermos ter empresas responsáveis socialmente e equipes bem lideradas e saudáveis. Vamos começar esta mudança?

Luciano Amato

Pós Graduado em Tecnologia Assistiva para Autonomia, Independência e Inclusão da Pessoa com Deficiência pela Fundação Santo André/ITS Brasil/Fundação Don Carlo Gnocchi (Itália/Milão). Pós-graduado em Psicologia Organizacional pela UMESP e Graduado em Psicologia pela UNIMARCO.
Atua desde 1990 na área de Recursos Humanos, em subsistemas como Recrutamento & Seleção, Treinamento, Qualidade, Avaliação de Desempenho e Segurança do Trabalho.
Desempenhou papéis fundamentais em empresas como Di Cicco Com. e Ind., Laboratório Delboni Auriemo, Wal Mart do Brasil, Compugraf Telecomunicações, Mestra Segurança do Trabalho. Já realizou trabalhos em empresas como ABN AMRO Bank, Arcelor Mittal e Saint Gobain. Atualmente é Diretor da TRAINING PEOPLE.
Vice Presidente de Educação Corporativa da AAPSA – Associação Paulista de Gestores de Pessoas, responsável por 8 grupos de debates voltados para os subsistemas de RH. Coordenador do grupo virtual Gestão por Competências com base no facebook e Linkedin, respectivamente com 1000 e 16.000 profissionais de RH.
Especialista nos temas: Liderança, Trabalho em Equipe, Atendimento ao Cliente, Segurança do Trabalho e Consultoria de Atendimento ao Cliente.